ATIVIDADES DIVERSAS CLÁUDIA: Atividade de língua Portuguesa -- Crase
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25 de jul. de 2012

Atividade de língua Portuguesa -- Crase

ATIVIDADES SOBRE CRASE
1) Até........ poucos dias, os preços desse produto estavam sujeitos........ grandes oscilações no mercado. 
a) à, a                                   b) a, à 
c) há, a                                d) à, à 
2) "....... noite, todos os operários voltaram ....... fábrica e só deixaram o serviço ...... uma hora da manhã." 
a) Há, à, à                       b) A, a, a 
c) À, à, à                         d) À, a, há 
3) No território nacional, ...... estatísticas o demonstram: ...... cada trinta minutos uma pessoa sucumbe ...... tuberculose. 
a) as, à, a 
b) às, à, à 
c) às, à, a 
d) as, a, à 
4) A frase em que o uso da crase está incorreto é: 
a) O professor dirigiu-se à sala. 
b) Fez uma promessa à Nossa Senhora. 
c) À noite não gosto de ler. 
d) Referiu-se àquilo que viu. 
5) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: “Quando, ...... dois dias, disse......ela que ia ...... Europa para concluir meus estudos, pôs-se ...... chorar.” 
a) a - a - a - a 
b) há - à - à - a 
c) a - à - a - à 
d) há - a - à - a 
6) Opção que preenche corretamente as lacunas: "O gerente dirigiu-se ...... sua sala e pôs-se ...... falar ...... todas as pessoas convocadas." 
a) à, à, a 
b) a, à, à 
c) à, a, a 
d) a, a, à 
7) Assinale a frase gramaticalmente correta. 
a) O papa caminha à passo firme. 
b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz. 
c) Chegou à noite, precisamente as dez horas. 
d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.
8) Fique ...... vontade e confie ...... mim tudo o que tem ...... dizer. 
a) a, a, à 
b) à, a, a 
c) à, a, à 
d) à, à, à 
9) Os que assistiram ...... peça chegaram ...... aplaudi-la de pé, postando-se ...... poucos metros do palco. 
a) à, à, há 
b) à, a, a 
c) a, a, à 
d) à, a, há 
10) Foi ...... mais de um século que, numa reunião de escritores, se propôs a maldição do cientista que reduzira o arco-íris ...... simples matéria: era uma ameaça ...... poesia. 
a) a, a, à 
b) há, à, a 
c) há, à, à 
d) há, a, à 
11) Refiro-me ...... atitudes de adultos que, na verdade, levam as moças ...... rebeldia insensata e ...... uma fuga insensata. 
a) às, à, a 
b) as, à, à 
c) às, à, à 
d) as, à, a 
12) Postou-se ...... porta do prédio, ...... espera de uma pessoa ...... quem entregar a pasta de documentos. 
a) a, a, a 
b) à, à, a 
c) à, a, a 
d) a, a, à 
13) "......... dois dias da prova, cedeu .......... um impulso irracional de fugir ........... ela." 
a) Há, à, a 
b) A, à, a 
c) Há, à, à 
d) A, a, a
14) Preencha as lacunas da frase abaixo e assinale a alternativa correta. "Comunicamos ..... V. Sª. que encaminhamos ...... petição anexa ...... Divisão de Fiscalização, que está apta ...... prestar ...... informações solicitadas." 
a) a, a, à, a, as 
b) à, a, à, a, às 
c) a, à, a, à, as 
d) à, à, a, à, às 
15) O progresso chegou inesperadamente ..... subúrbio. Daqui ...... poucos anos, nenhum dos seus moradores se lembrará mais das casinhas que, ...... tão pouco tempo, marcavam a paisagem familiar. 
a) aquele, a, a 
b) àquele, à, há 
c) àquele, à, à 
d) àquele, a, há 
16) Estou ....... espera de certa pessoa, ....... quem poderei pedir informações ....... respeito desse processo. 
a) à, à, a 
b) a, à, à 
c) à, a, a 
d) à, a, à 
17) Assinale a alternativa que preenche corretamente os espaços: “Durante ......... semana, o rapaz deveria apresentar-se ......... direção da escola, para repor todas as aulas ......... que faltara.” 
a) a - à - a                     b) a - a - à 
c) à - à - a                     d) à - à - à 
18) Assinale a alternativa que preenche corretamente os espaços: “............... algum tempo, vai até ........... montanha e volta .......... casa para descansar.” 
a) a - à - à                        b) há - a -a 
c) há - à - à                      d) à - a - a 
19) Preencha corretamente as lacunas, seguindo a ordem fraseológica.
...... três semanas, cheguei ...... Lisboa; daqui ...... três dias farei uma excursão ......França; depois farei uma visita ...... ruínas da Itália; de lá regressarei ....... São Paulo. 
a) Há, à, há, a, as, à 
b) A, a, a, a, às, a 
c) Há, a, a, à, às, a 
d) Há, a, há, à, às, a 
20) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas da seguinte frase: "Um homem condenado ...... ignorância é alguém ...... quem foi roubada uma parte do seu direito ...... vida." 
a) à, a, à 
b) a, à, a 
c) à, a, a 
d) a, à, à 
21) Já ...... tempos venho dizendo que essas medidas têm sido nefastas não só ...... uma determinada categoria profissional, como também ....... toda a sociedade. 
a) à, a, a 
b) há, a, a 
c) há, a, à 
d) há, à, a 

22) “Na minha visita ........ Bahia, ........ dois meses atrás, percorri toda ........ parte central de Salvador, ........ fim de melhor apreciar ........ beleza da cidade, que nada fica ........ dever ........ maioria dos grandes centros comerciais do país e, daqui ........ pouco, será um dos maiores.” 
a) a, a, à, à, à, a, a, há 
b) à, a, a, a, à, à, a, a 
c) à, há, a, a, a, a, à, a 
d) a, há, à, a, a, a, a, há 
23) (Fei 1995) - Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas das seguintes orações:
I. Precisa falar____cerca de três mil operários. 
II. Daqui____alguns anos tudo estará mudado. 
III. ____dias está desaparecido. 
IV. Vindos de locais distantes, todos chegaram____tempo____reunião. 
a) a - a - há - a - à 
b) à - a - a - há - a 
c) a - à - a - a - há 
d) há - a - à - a - a 
24) (Uelondrina 1994) - Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
Daí ...... poucos instantes, o menino entregou-se ...... reflexões mais sérias e colocou-se ...... disposição do diretor. 
a) há - à - à 
b) a - à - a 
c) há - a - à 
d) a - a – à

25) (Mackenzie 1996) - Assinale a alternativa que preenche com exatidão as lacunas.
Estou aqui desde ______ 8 h, mas só poderei ficar até ______ 9h 30min, porque ______ 10h 30min assistirei ______ sessão solene de abertura de uma importante exposição de arte moderna, precisando, para isso, dirigir-me ______ Rua 7 de abril e ir _____ Galeria "Sanson Flexor". 
a) às - às - às - a - a - a 
b) às - as - às - à - à - à 
c) as - as - às - a - à - à 
d) as - as - às - à - à - à 
26) (Uelondrina 1995) - Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
Uma ..... uma, todas as alunas prestarão contas ..... diretora daquilo que fizeram ..... pouco. 
a) à - a - a 
b) a - à - há 
c) à - à - a 
d) a - a - há 
27) (Fuvest 1996) - Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas do texto.
"Chegar cedo ...... repartição. Lá ...... de estar outra vez o Horácio conversando ...... uma das portas com Clementino." 
a) à - há - a 
b) à - há -à 
c) a - há - a 
d) à - a - a 
28) (Uece 1996) - Preenchem-se os espaços de
"________ meses que desejo tanto que elas ________, que, daqui ________ pouco, irão para ________ Argentina", com: 
a) faz, viagem, há, à 
b) faz, viajem, a, a 
c) fazem, viagem, a, à 
d) fazem, viajem, há, a 
29) (Fatec 1996) - Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase, na seqüência.
Regina estava _____ indecisa quanto _____ mandar _____ faturas _____ ___notas fiscais e se _____ folha bastaria para o bilhete. 
a) meia; à; as; anexo; às; meia. 
b) meia; à; as; anexas; as; meia. 
c) meio; a; às; anexo; às; meio. 
d) meio; a; as; anexas; às; meia.


TEXTO: "AS SEM -RAZÕES DO AMOR"
Eu te amo porque te amo. 
Não precisas ser amante, 
e nem sempre sabes sê-lo. 
Eu te amo porque te amo. 
Amor é estado de graça 
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça, 
é semeado no vento, 
na cachoeira, no eclipse. 
Amor foge a dicionários 
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo 
bastante ou demais a mim. 
Porque amor não se troca, 
não se conjuga nem se ama. 
Porque amor é amor a nada, 
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte, 
e da morte vencedor, 
por mais que o matem (e matam) 
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
37) Assinale a frase em que à ou às está mal empregado: 
a) Amores à vista. 
b) Referi-me às sem-razões do amor. 
c) Desobedeci às limitações sentimentais. 
d) Submeteram o amor à provações difíceis.

38) (Uelondrina 1996) - Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
O relatório refere-se ...... últimas prestações de contas, e chega ...... insinuar que erros existem ...... muito tempo. 
a) às - à - há 
b) às - a - há 
c) as - à - à 
d) às - a - à 

39) (Uelondrina 1994) - Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
Dada ...... falta de recursos, solicitamos ...... Diretoria ...... suspensão da campanha. 
a) a - à - a 
b) a - à - à 
c) a - a - à 
d) à - à - a 

40) (Puccamp 1995) - A frase em que o acento grave indica corretamente a ocorrência de crase é: 
a) Ele deve muito aos pais, que sempre lutaram ombro à ombro para garantir-lhe um bom tratamento médico. 
b) Puseram a vítima e o acusado frente à frente, para o possível reconhecimento do agressor. 
c) Acompanhou-o passo à passo durante sua estada no Brasil. 
d) Quero que você fique bem à vontade para negar meu pedido, se não puder atendê-lo. 
41) (Uelondrina 1996) - Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
Não compreendo, ...... vezes, esse seu comportamento; ...... mim mesma você prometeu não voltar ...... falar nesse assunto. 
a) às - a - a 
b) às - a - à 
c) as - à - à 
d) às - à - a 








 CINZAS DA INQUISIÇÃO 
1 Até agora fingíamos que a Inquisição era um episódio da história européia, que tendo durado do século XII ao século XIX, nada tinha a ver com o Brasil. No máximo. se prestássemos muita atenção, íamos ouvir falar de um certo Antônio José - o Judeu, um português de origem brasileira, que foi queimado porque andou escrevendo umas peças de teatro. 
2 Mas não dá mais para escamotear. Acabou de se realizar um congresso que começou em Lisboa, continuou em São Paulo e Rio, reavaliando a Inquisição. O ideal seria que esse congresso tivesse se desdobrado por todas as capitais do país, por todas as cidades, que tivesse merecido mais atenção da televisão e tivesse sacudido a consciência dos brasileiros do Oiapoque ao Chuí, mostrando àqueles que não podem ler jornais nem freqüentar as discussões universitárias o que foi um dos períodos mais tenebrosos da história do Ocidente. Mas mostrar isso, não por prazer sadomasoquista, e sim para reforçar os ideais de dignidade humana e melhorar a debilitada consciência histórica nacional. 
3 Calar a história da Inquisição, como ainda querem alguns, em nada ajuda a história de instituições e países. Ao contrário, isto pode ser ainda um resquício inquisitorial. E no caso brasileiro essa reavaliação é inestimável, porque somos uma cultura que finge viver fora da história. 
4 Por outro lado, estamos vivendo um momento privilegiado em termos de reconstrução da consciência histórica. Se neste ano (l987) foi possível passar a limpo a Inquisição, no ano que vem será necessário refazer a história do negro em nosso país, a propósito dos cem anos da libertação dos escravos. E no ano seguinte, 1989, deveríamos nos concentrar para rever a "república" decretada por Deodoro. Os próximos dois anos poderiam se converter em um intenso período de pesquisas, discussões e mapeamento de nossa silenciosa história. Universidades, fundações de pesquisa e os meios de comunicação deveriam se preparar para participar desse projeto arqueológico, convocando a todos: "Libertem de novo os escravos", "proclamem de novo a República". 
5 Fazer história é fazer falar o passado e o presente criando ecos para o futuro. 
6 História é o anti-silêncio. É o ruído emergente das lutas, angústias, sonhos, frustrações. Para o pesquisador, o silêncio da história oficial é um¢ silêncio ensurdecedor. Quando penetra nos arquivos da consciência nacional, os dados e os feitos berram, clamam, gritam, sangram pelas prateleiras. Engana-se, portanto, quem julga que os arquivos são lugares apenas de poeira e mofo. Ali está pulsando algo. Como num vulcão aparentemente adormecido, ali algo quer emergir. E emerge. Cedo ou tarde. Não se destrói totalmente qualquer documentação. Sempre vai sobrar um herege que não foi queimado, um judeu que escapou ao campo de concentração, um dissidente que sobreviveu aos trabalhos forçados na Sibéria. De nada adiantou aquele imperador chinês ter queimado todos os livros e ter decretado que a história começasse com ele. 
7 A história recomeça com cada um de nós, apesar dos reis e das inquisições. (Affonso R. de Sant'Anna. A RAIZ QUADRADA DO ABSURDO. Rio de Janeiro, Rocco, 1989, p. 196-198.)
30) Assinale a opção em que a indicação entre parênteses NÃO completa corretamente a lacuna da frase: 
a) Os amigos .... procuraram para dar-lhe os parabéns. (a) 
b) Seria conveniente que ele se referisse .... recomendações do chefe. (às) 
c) Ele disse que .... anos vem escrevendo suas memórias. (há) 
d) Ele criou problemas todas .... vezes em que veio aqui. (às)
31) (Ita 1995) - Indique a alternativa em que há erro gramatical: 
a) Àquelas daria a atenção devida? 
b) Nem a traças nem a cupins conheço a solução. 
c) Havia duas moças, você deu importância à de cá mas não a de lá. 
d) Dobre à esquina, à direita, e você estará junto à Machado de Assis, bela praça.
32) (Uece 1996) - Empregou-se corretamente o sinal indicativo de crase em: 
a) Sobre a visita à Quixadá, os moradores nos mostraram os pontos turísticos. 
b) Sou favorável à uma suspensão temporária do namoro. 
c) A garota à cuja vida aludimos tem um comportamento excelente. 
d) A relação à qual nos referimos já dura muitos anos. 
33) (Uelondrina 1995) - Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
O aluno recorreu ..... escondidas ..... várias autoridades, para chegar ..... situação mais cômoda. 
a) as - a - àquela 
b) as - à - aquela 
c) às - a - àquela 
d) às - à - aquela 
34) (Mackenzie 1996) - Aponte a alternativa que completa adequadamente as lacunas.
I - Foi ofendido, mas não conseguiu dar importância _____
II - Quando ia _____ pé à cidade mais próxima, olhava demoradamente as pessoas cara _____ cara.
III - Como não damos ouvido _____ reclamações, a polícia fica _____ distância.
IV - Pôs-se _____ falar _____ toda pessoa seus mais íntimos segredos.
V - Sei _____ quem puxaste, pois temes lançar-te _____ novas conquistas. 
a) I - aquilo; II - à, à; III - à, à; IV - a, a; V - a, a 
b) I - àquilo; II - a, a; III - a, à; IV - a, a; V - à, a 
c) I - àquilo; II - a, a; III - a, a; IV - a, a; V - a, a 
d) I - aquilo; II - à, a; III - à, a; IV - à, a; V - a, à 
35) (Fei 1994) - Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas das frases adiante:
I. Enviei dois ofícios_______ Vossa Senhoria. 
II. Dirigiam-se______casa das máquinas. 
III. A entrada é vedada______toda pessoa estranha. 
IV. A carreira______qual aspiro é almejada por muitos. 
V. Esta tapeçaria é semelhante ______ nossa. 
a) a - a - à - a - a 
b) a - à - a - à - à 
c) à - a - à - a - a 
d) à - à - a - à - à 


36) (Ita 1996) - Assinale a opção que completa corretamente as lacunas das frases a seguir:
I - Saíram daqui______ pouco, mas voltarão daqui______ pouco, pois moram apenas______dois quilômetros de distância. 
II- _______foram suas amigas? _______ estarão agora? 
a) há - a - a - Aonde - Onde                                             b) há - há - à - Onde - Onde 
c) há - a - a - Aonde - Aonde                                             d) a - a - à - Para onde - Por onde 













DOENÇA DO PROGRESSO
Ação à distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades que marcaram esses cem últimos anos, aparece a verdadeira doença do progresso... 
O século que chega ao fim é o que presenciou o Holocausto, Hiroshima, os regimes dos Grandes Irmãos e dos Pequenos Pais, os massacres do Camboja e assim por diante. Não é um balanço tranquilizador. Mas o horror desses acontecimentos não reside apenas na quantidade, que, certamente, é assustadora. 
Nosso século é o da aceleração tecnológica e científica, que se operou e continua a se operar em ritmos antes inconcebíveis. Foram necessários milhares de anos para passar do barco a remo à caravela ou da energia eólica ao motor de explosão; e em algumas décadas se passou do dirigível ao avião, da hélice ao turborreator e daí ao foguete interplanetário. Em algumas dezenas de anos, assistiu-se ao triunfo das teorias revolucionárias de Einstein e a seu questionamento. O custo dessa aceleração da descoberta é a hiperespecialização. Estamos em via de viver a tragédia dos saberes separados: quanto mais os separamos, tanto mais fácil submeter a ciência aos cálculos do poder. Esse fenômeno está intimamente ligado ao fato de ter sido neste século que os homens colocaram mais diretamente em questão a sobrevivência do planeta. Um excelente químico pode imaginar um excelente desodorante, mas não possui mais o saber que lhe permitiria dar-se conta de que seu produto irá provocar um buraco na camada de ozônio. 
O equivalente tecnológico da separação dos saberes foi a linha de montagem. Nesta, cada um conhece apenas uma fase do trabalho. Privado da satisfação de ver o produto acabado, cada um é também liberado de qualquer responsabilidade. Poderia produzir venenos, sem que o soubesse - e isso ocorre com freqüência. Mas a linha de montagem permite também fabricar aspirina em quantidade para o mundo todo. E rápido. Tudo se passa num ritmo acelerado, desconhecido dos séculos anteriores. Sem essa aceleração, o Muro de Berlim poderia ter durado milênios, como a Grande Muralha da China. É bom que tudo se tenha resolvido no espaço de trinta anos, mas pagamos o preço dessa rapidez. Poderíamos destruir o planeta num dia. 
Nosso século foi o da comunicação instantânea, presenciou o triunfo da ação à distância. Hoje, aperta-se um botão e entra-se em comunicação com Pequim. Aperta-se um botão e um país inteiro explode. Aperta-se um botão e um foguete é lançado a Marte. A ação à distância salva numerosas vidas, mas irresponsabiliza o crime. 
Ciência, tecnologia, comunicação, ação à distância, princípio da linha de montagem: tudo isso tornou possível o Holocausto. A perseguição racial e o genocídio não foram uma invenção de nosso século; herdamos do passado o hábito de brandir a ameaça de um complô judeu para desviar o descontentamento dos explorados. Mas o que torna tão terrível o genocídio nazista é que foi rápido, tecnologicamente eficaz e buscou o consenso servindo-se das comunicações de massa e do prestígio da ciência. 
Foi fácil fazer passar por ciência uma teoria pseudocientífica porque, num regime de separação dos saberes, o químico que aplicava os gases asfixiantes não julgava necessário ter opiniões sobre a antropologia física. O Holocausto foi possível porque se podia aceitá-lo e justificá-lo sem ver seus resultados. Além de um número, afinal restrito, de pessoas responsáveis e de executantes diretos (sádicos e loucos), milhões de outros puderam colaborar à distância, realizando cada qual um gesto que nada tinha de aterrador. 
Assim, este século soube fazer do melhor de si o pior de si. Tudo o que aconteceu de terrível a seguir não foi se não repetição, sem grande inovação. 
O século do triunfo tecnológico foi também o da descoberta da fragilidade. Um moinho de vento podia ser reparado, mas o sistema do computador não tem defesa diante da má intenção de um garoto precoce. O século está estressado porque não sabe de quem se deve defender, nem como: somos demasiado poderosos para poder evitar nossos inimigos. Encontramos o meio de eliminar a sujeira, mas não o de eliminar os resíduos. Porque a sujeira nascia da indigência, que podia ser reduzida, ao passo que os resíduos (inclusive os radioativos) nascem do bem-estar que ninguém quer mais perder. Eis porque nosso século foi o da angústia e da utopia de curá-la. 
Espaço, tempo, informação, crime, castigo, arrependimento, absolvição, indignação, esquecimento, descoberta, crítica, nascimento, vida mais longa, morte... tudo em altíssima velocidade. A um ritmo de STRESS. Nosso século é o do enfarte. 
(Adaptado de Umberto Eco, Rápida Utopia. VEJA, 25 anos, Reflexões para o futuro. São Paulo, 1993).
42) A frase em que o acento grave indica INCORRETAMENTE a ocorrência de crase é: 
a) O século que chega à seus últimos anos presenciou fatos assustadores, como assinala o autor do texto. 
b) Da energia eólica a humanidade passou, paulatinamente, às outras formas de energia hoje conhecidas. 
c) À beira do século XXI o homem vive a angústia gerada por suas próprias conquistas. 
d) O desconhecimento do processo total do trabalho permite que o indivíduo produza, à sua revelia, coisas indesejáveis. 
43) (Mackenzie 1997) - I - Refiro-me àquilo e não a isto. 
II - Sairemos bem cedo, para chegar à tempo de assistir a cerimônia. 
III - Dirigiram-se à Sua Excelência e declararam que estão dispostos à cumprir o seu dever e a não permitir a violação da lei.
Quanto ao emprego da crase, assinale: 
a) se todas as afirmações estão incorretas. 
b) se todas estão corretas. 
c) se apenas I está correta. 
d) se apenas III está correta. 




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